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RELAT�RIO DO SECRET�RIO-GERAL
SOBRE A IMPLEMENTA��O DA C�PULA DA BOL�VIA

Washington, D.C.
Mar�o 1998

  1. PROGRESSO DAS �REAS DE INICIATIVA DA C�PULA DA BOL�VIA

Neste cap�tulo sintetiza-se o progresso realizado desde a reuni�o de Santa Cruz de la Sierra na implementa��o das 65 iniciativas adotadas no Cap�tulo II do Plano de A��o. As informa��es para este relat�rio foram prestadas por alguns pa�ses e por v�rias organiza��es internacionais que tamb�m proporcionaram valiosos insumos para o trabalho de acompanhamento. A contribui��o das institui��es evidencia o papel ativo por elas desempenhado e em alguns casos reflete seus esfor�os no �mbito da For�a Tarefa Interinstitucional de Apoio ao Acompanhamento da C�pula da Bol�via, cuja coordena��o � feita pela Secretaria-Geral da OEA. Expandiu-se o �mbito deste grupo, formado por v�rias institui��es do sistema das Na��es Unidas e do sistema interamericano, a fim de incluir o apoio � implementa��o das se��es pertinentes do Plano de A��o da C�pula de Miami.

  1. Sa�de e Educa��o

Nas Am�ricas ainda persistem graves problemas de sa�de. As taxas de mortalidade infantil s�o em m�dia de 43 �bitos por mil nascimentos na Am�rica Latina e Caribe e chegam a 70 �bitos por mil nascimentos nos pa�ses mais pobres. As doen�as contagiosas ainda s�o a principal causa de morbidade e mortalidade na regi�o. Testemunhou-se em 1997 o primeiro grande surto de sarampo ocorrido em uma d�cada. Caber� �s Am�ricas enfrentar maiores desafios, resultantes de doen�as contagiosas emergentes e reemergentes, tais como a AIDS e o c�lera, da viol�ncia crescente e dos riscos ambientais. A Am�rica Latina e o Caribe tamb�m enfrentam s�rios desafios na �rea da educa��o, � qual est� reservado um papel decisivo na cria��o da consci�ncia social necess�ria aos compromissos com o desenvolvimento sustent�vel. As iniciativas da C�pula da Bol�via em mat�ria de sa�de e educa��o referem-se � sa�de ambiental (iniciativas 1, 3 e 4), a doen�as infecto-contagiosas emergentes e reemergentes (iniciativas 2 e 6), e � educa��o para o desenvolvimento sustent�vel (iniciativa 5).

  1. Sa�de Ambiental

V�rias a��es foram executadas no sentido de aumentar o acesso � �gua pot�vel:

Est�o sendo realizados esfor�os no sentido de melhorar as condi��es de sa�de das crian�as, o que contribuir� para a redu��o dos efeitos dos problemas ambientais sobre a sa�de infantil:

Os governos tamb�m est�o empenhados em melhorar a cobertura e a qualidade dos servi�os de sa�de dispon�veis. V�m atribuindo prioridade aos aspectos de preven��o e educa��o e propiciando acesso a informa��es e servi�os de planejamento familiar. As a��es mencionadas a seguir foram levadas a cabo no esfor�o de realiza��o desses objetivos:

  1. Doen�as Emergentes e Infecto-Contagiosas

Os elementos chave no tratamento deste t�pico foram os seguintes:

  1. Educa��o para o Desenvolvimento Sustent�vel

As mudan�as na pol�tica de educa��o e comunica��es incluem a instru��o sobre desenvolvimento sustent�vel ajustada �s diferentes necessidades e realidades do Hemisf�rio. O progresso alcan�ado nesta mat�ria compreendeu o seguinte:

  1. Obst�culos

Muitos pa�ses compartilham esta dificuldade com que a Nicar�gua se defronta para avaliar o setor de sa�de nacional: o esclarecimento das fun��es dos diferentes atores envolvidos na regulamenta��o, no financiamento e no fornecimento dos servi�os. H� desafios decorrentes da falta de material m�dico e n�o m�dico, da infra-estrutura inadequada e do equipamento insuficiente e malcuidado. Existe uma necessidade n�o satisfeita de determinados servi�os, e a capacidade de assist�ncia hospitalar acha-se saturada. Ademais, na maioria dos pa�ses � limitad�ssimo o acesso a servi�os de sa�de de parte de grupos desfavorecidos, como as popula��es ind�genas e rurais.

O surto de sarampo que eclodiu em S�o Paulo, Brasil, em 1997 amea�a o bem-sucedido processo de erradica��o dessa enfermidade, depois do not�vel progresso registrado neste esfor�o. Avalia��es recentes apontaram os principais pontos fracos dos sistemas de controle do sarampo na regi�o. Alguns deles, que precisam ser superados, s�o comuns a v�rios lugares.

O fluxo de recursos financeiros para a educa��o � deficiente, sobretudo no tocante aos primeiros anos escolares e aos estabelecimentos de ensino p�blico que atendem � popula��o de baixa renda. Melhor acesso � educa��o de qualidade contribuiria para o fortalecimento do compromisso com o desenvolvimento sustent�vel. N�o h� uma consci�ncia ampla do mau causado por h�bitos poluidores, e os esfor�os de educa��o visando a desenvolver um comportamento alternativo s�o inadequados.

  1. Recomenda��es

Maiores recursos humanos e financeiros deveriam ser canalizados para certos setores chave que precisam ser fortalecidos, como, por exemplo, o da instru��o p�blica ministrada � popula��o de baixa renda, bem como para a melhoria dos sistemas de controle imunol�gico do sarampo e de outras doen�as. Um compromisso deveria ser assumido no sentido de colocar os servi�os de sa�de e educa��o ao alcance da popula��o desfavorecida.

O grupo de trabalho da For�a Tarefa Interinstitucional de Apoio ao Acompanhamento da C�pula da Bol�via incumbido de elaborar um plano de a��o que tratar� os principais problemas relacionados com a qualidade da �gua merece total respaldo. Esta iniciativa promover�, em 1998, a associa��o de governos e de institui��es pertinentes na ado��o de um plano de a��o que integrar� v�rios componentes de programa relacionados com o tema da sa�de e desenvolver� projetos espec�ficos.

Diminuir a exposi��o � polui��o ambiental gerada por res�duos de risco e pelo maior uso de produtos qu�micos t�xicos constitui um problema grave para o Hemisf�rio. A decis�o de estabelecer centros regionais e sub-regionais de treinamento e de transferir tecnologia sobre a gest�o de res�duos de risco contribuiria para que se avan�asse nesta mat�ria.

  1. Agricultura e Silvicultura Sustent�veis

O setor rural, tradicionalmente o maior empregador na Am�rica Latina e Caribe, � v�tima de pobreza generalizada. A falta de t�cnicas e conhecimentos adequados de parte dos agricultores e a necessidade que estes t�m de auferir benef�cios econ�micos a curto prazo levam � ado��o de pr�ticas que provocam eros�o do solo, desertifica��o e outros efeitos nocivos sobre o meio ambiente. Tal como est� sendo desenvolvida em muitas partes do Hemisf�rio, a agricultura n�o � sustent�vel. A C�pula de Santa Cruz de la Sierra tratou este problema como um dos mais s�rios da regi�o.

O Hemisf�rio Ocidental possui a maior cobertura florestal da Terra, compreendendo mapas boreais, temperadas e tropicais. Estas abrigam a maior cota da diversidade biol�gica mundial, a qual se encontra concentrada principalmente nas regi�es tropicais das Am�ricas. Esta enorme riqueza acha-se, entretanto, amea�ada pelo desmatamento intensivo, sobretudo nos tr�picos, e pela degrada��o florestal que vem ocorrendo em muitas partes do Hemisf�rio. O Plano de A��o da Bol�via disp�s uma s�rie de atividades no sentido da evolu��o para o uso e manejo sustent�vel da biodiversidade. Tais iniciativas constituem um esfor�o regional orientado para a realiza��o dos objetivos estabelecidos na Conven��o sobre a Biodiversidade assinada no Rio de Janeiro. Os acordos alcan�ados na C�pula da Bol�via tamb�m se orientaram para o fortalecimento das medidas adotadas na Segunda Confer�ncia das Partes, realizada em Buenos Aires em fins de 1996. O Plano de A��o inclui iniciativas em mat�ria de agricultura sustent�vel (iniciativas 7 a 16), silvicultura sustent�vel (iniciativas 17 a 22) e conserva��o da biodiversidade (iniciativas 23 a 31).

  1. Agricultura Sustent�vel

O progresso na �rea da agricultura sustent�vel teve o seguinte desdobramento:

  1. Silvicultura Sustent�vel

As atividades descritas a seguir indicam o progresso alcan�ado nesta mat�ria:

  1. Conserva��o da Biodiversidade

As realiza��es mencionadas a seguir destacaram-se nesta �rea chave:

  1. Obst�culos

No campo da agricultura sustent�vel, tal como na esfera mais ampla do desenvolvimento sustent�vel, a insufici�ncia de recursos financeiros dom�sticos e internacionais, de recursos humanos e de infra-estrutura para pesquisa e transfer�ncia tecnol�gica constitui um problema de grande magnitude. A reforma da legisla��o a fim de racionalizar o uso de subst�ncias qu�micas na agricultura � um processo lento. A pr�tica da exporta��o para pa�ses em desenvolvimento de produtos qu�micos banidos nos pa�ses desenvolvidos tolhe ainda mais este esfor�o. N�o h� entre governos e empres�rios coordena��o em n�vel suficiente que permita encontrar alternativas adequadas para os pesticidas indesej�veis. As restri��es em termos de recursos para fazer frente a problemas relacionados com a conserva��o do solo, a desertifica��o e as pr�ticas tradicionais, combinadas com as defici�ncias dos sistemas nacionais de informa��o e com a falta de aten��o para os indicadores em �reas onde os processos de transforma��o levam � desertifica��o, impedem o progresso nestas mat�rias.

Graves imperfei��es na estrutura institucional e normativa precisam ser superadas a fim de fortalecer as medidas relativamente a recursos gen�ticos que valorizem a rica heran�a das Am�ricas. As exporta��es agr�colas oriundas da Am�rica Latina e Caribe continuam a enfrentar s�rios obst�culos. A liberaliza��o do com�rcio � um trabalho ainda em desenvolvimento. As tecnologias que aumentam os lucros ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente s�o dif�ceis de encontrar, o que faz da erradica��o da pobreza meta ainda mais intang�vel. Em alguns casos, a ambig�idade das disposi��es das leis tiveram efeito negativo nos programas de reforma agr�ria.

Os principais obst�culos que se interp�em ao controle do desmatamento e da degrada��o florestal est�o associados � falta de um compromisso firme, no n�vel pol�tico apropriado, com o combate de suas causas fundamentais, tanto nacionais como internacionais. A determina��o pol�tica crescer� � medida que as comunidades se tornarem capazes de participar dos processos decis�rios que afetam o meio ambiente, um enfoque que vem ganhando bastante terreno nas Am�ricas.

As diferen�as entre pa�ses desenvolvidos e pa�ses em desenvolvimento na interpreta��o de certos acordos constantes da Conven��o sobre a Biodiversidade tolheram a sua implementa��o. O fato de os Estados Unidos, o maior usu�rio da biodiversidade no mundo, n�o haver ratificado a Conven��o reduz as possibilidades de que esta venha a ser bem-sucedida na realiza��o de seu principal objetivo. Tamb�m o financiamento internacional est� longe de ser suficiente para atender a todos os objetivos e compromissos expressados na Conven��o. Tanto o GEF como pa�ses doadores proporcionaram recursos de doa��o a pa�ses em desenvolvimento para a implementa��o de projetos envolvendo a prote��o e o uso sustent�vel da biodiversidade, por�m falta muito para que o financiamento internacional seja adequado � satisfa��o de todos os objetivos e compromissos estabelecidos na Conven��o. Muito pouco est� sendo feito no sentido de combater as causas nacionais e internacionais subjacentes no decl�nio da biodiversidade, fato que se tornou um dos obst�culos mais dif�ceis � conten��o desta perda.

  1. Recomenda��es

A ado��o, nos n�veis nacional e regional, do c�digo da FAO sobre pesticidas contribuiria para melhorar o manejo de subst�ncias agroqu�micas e reduzir seus efeitos nocivos sobre o meio ambiente. Com o apoio do IICA, os governos deveriam intensificar seus esfor�os em favor da promo��o de pr�ticas de controle integrado de pragas e de outros programas que instru�ssem os agricultores, as associa��es de produtores e os sindicatos sobre o uso seguro dos pesticidas. Para aumentar a pesquisa necess�ria a respeito de subst�ncias agroqu�micas e a sanidade vegetal e animal, as associa��es entre organiza��es p�blicas e privadas deveriam ser incentivadas.

Enquanto institui��es nacionais respons�veis pelas atividades de pesquisa, transfer�ncia tecnol�gica e extens�o deveriam ser mais receptivas aos produtores e aos indicadores de mercado, caberia promover maior participa��o do setor privado nas atividades de extens�o e assist�ncia t�cnica. Medidas deveriam ser adotadas no sentido de assegurar maior participa��o das comunidades locais nas decis�es sobre conserva��o de recursos naturais, inclusive no tocante � formula��o de iniciativas para o controle da desertifica��o e � ado��o de pr�ticas de desenvolvimento sustent�vel.

Mudan�as na legisla��o vigente poderiam ser consideradas a fim de dar maior abertura ao mercado de terras. A este respeito, caberia adotar medidas para assegurar a titula��o clara das pequenas glebas.

Em virtude da import�ncia que as exporta��es agr�colas t�m para muitos pa�ses das Am�ricas e das r�pidas mudan�as que se processam no com�rcio mundial, o setor agr�cola precisa envolver-se mais nas negocia��es comerciais multinacionais e estar mais bem capacitado para negociar.

Os pa�ses deveriam ser estimulados a implementar as propostas de a��o formuladas pelo Painel Intergovernamental sobre Florestas. Para realizar este objetivo, a Comiss�o Florestal Regional para a Am�rica Latina e o Caribe coordenada pela FAO seria fortalecida. Todos os pa�ses das Am�ricas deveriam participar ativamente do Foro Intergovernamental sobre Florestas, cuja presid�ncia a Col�mbia e o Peru exercer�o conjuntamente. A possibilidade de promover um di�logo continental deveria ser examinada, tendo por meta o interc�mbio de informa��es sobre itens decisivos da agenda e a defini��o daqueles em rela��o aos quais uma posi��o comum poderia ser adotada. Uma vez que do Foro Intergovernamental sobre Florestas esperam-se recomenda��es � oitava reuni�o da Comiss�o Interamericana de Desenvolvimento Sustent�vel, � aconselh�vel a inclus�o de um item sobre florestas na agenda para 1999 do Foro Interamericano sobre Desenvolvimento Sustent�vel, como estrat�gia preparat�ria do Foro Intergovernamental, bem como a defini��o dos meios para a implementa��o das iniciativas aprovadas na Bol�via, no contexto de acordos globais.

Caberia solicitar � OEA que coordenasse atividades regionais a fim de intensificar o processo de interc�mbio de experi�ncias e informa��es sobre a identifica��o e cria��o, no Hemisf�rio, de �reas transfronteiri�as protegidas. A OEA tamb�m deveria examinar a possibilidade de incluir na Estrat�gia Interamericana sobre Participa��o P�blica um projeto piloto no campo do manejo florestal sustent�vel que associaria os acordos no �mbito da Conven��o sobre a Biodiversidade com os adotados pelo Foro Intergovernamental sobre Florestas.

Seria tamb�m cab�vel solicitar � OEA que desse os passos necess�rios para promover debates sobre a diversidade biol�gica em n�vel interamericano que s�o sugeridos na Iniciativa 29. Esta seria uma a��o de apoio � Iniciativa 31 e � cria��o da RIIB. O GEF deveria proporcionar apoio � RIIB, a qual � uma prioridade para o Hemisf�rio. Ademais, seriam fortalecidos os esfor�os do BID visando a explorar novas alternativas de financiamento da prote��o e uso sustent�vel da biodiversidade.

  1. Cidades e Comunidades Sustent�veis

As cidades da regi�o v�m passando por grandes e r�pidas mudan�as. Os governos nacionais est�o delegando mais recursos e maiores responsabilidades �s jurisdi��es subnacionais. Por sua vez, muitos governos regionais e locais est�o facilitando iniciativas empresariais e comunit�rias para a expans�o e melhoria dos servi�os, em termos de cobertura, qualidade e efici�ncia. Tais mudan�as est�o sendo apoiadas pela assist�ncia t�cnica internacional e por programas de financiamento. O Plano de A��o faz refer�ncia a quatro �reas inclu�das neste tema: desenvolvimento econ�mico (iniciativas 32 a 35), habita��o (iniciativas 36 a 40), preven��o da polui��o e prote��o ambiental (iniciativas 38 a 45) e transporte sustent�vel (iniciativas 43 e 46).

  1. Desenvolvimento Econ�mico

As cidades procuraram estabelecer maior coordena��o com os governos nacionais e regionais, com o setor privado e a coopera��o internacional, a fim de enfrentar os desafios do desemprego urbano:

  1. Habita��o

Alguns m�todos inovadores foram empregados a fim de fazer frente � demanda n�o satisfeita de moradia no Hemisf�rio:

  1. Preven��o da Polui��o e Prote��o Ambiental

Houve progresso no envolvimento de todos os atores potenciais nas pol�ticas, atividades e assist�ncia financeira orientadas para a prote��o ambiental:

  1. Transporte Sustent�vel

Novas diretrizes foram executadas neste contexto:

  1. Obst�culos

A urbaniza��o acelerada gera grandes desafios no tocante a infra-estrutura e habita��o, espa�os p�blicos e transporte sustent�vel, preven��o e corre��o da polui��o, elimina��o de res�duos industriais, promo��o de h�bitos de consumo n�o poluentes e manejo de tecnologias sustent�veis. O ritmo acelerado da urbaniza��o cria novas formas de marginaliza��o social e econ�mica que alimentam o crime e a viol�ncia em n�veis epid�micos. Os grandes centros urbanos, que apenas come�am a acompanhar a progress�o do crime urbano e a inteirar-se das formas pr�prias da viol�ncia metropolitana, est�o testando novas medidas capazes de efetivamente diminuir a viol�ncia.

A descentraliza��o � um meio para a realiza��o de um objetivo, e n�o um fim em si mesma. A maioria dos governos nacionais ainda mant�m as estruturas estabelecidas quando o Estado era a parte respons�vel pelo desenvolvimento urbano. As cidades ainda n�o s�o plenamente reconhecidas como interlocutores leg�timos nos debates nacionais e internacionais sobre desenvolvimento urbano. Muitas normas restritivas e tradi��es arraigadas de administra��o centralizada negam-lhes a gest�o de algumas �reas, como os programas escolares e a forma��o profissional, que elas t�m condi��es de assumir. Tamb�m existem certas limita��es injustificadas em rela��o � gest�o das finan�as locais ou � associa��o entre governo local e setor privado.

Os governos municipais s�o v�timas de sistemas estruturais e operacionais fr�geis. Em conseq��ncia, as autoridades locais s�o for�adas a despender tempo e recursos desmedidos para estabelecer a base organizacional necess�ria ao planejamento, financiamento, implementa��o e controle de projetos de infra-estrutura social e programas de cr�dito orientados para atividades geradoras de renda.

O acesso a mercados de capital para infra-estrutura e desenvolvimento urbano ainda � indevidamente restrito, e novas e adequadas formas de financiamento orientado para estas �reas at� agora n�o foram concebidas. Os recursos financeiros externos deveriam ser usados na promo��o da poupan�a nacional e no financiamento de programas de moradias de baixo custo em associa��o com recursos dom�sticos. A burocracia excessiva e a falta de participa��o popular no desenho e implementa��o de projetos habitacionais impedem seus bons resultados.

Com freq��ncia, as cidades expandem-se al�m dos limites fixados em seu planejamento e os sistemas oficiais e informais de abastecimento de �gua, despejo de esgoto, coleta de lixo e outros servi�os comuns conexos a estas �reas tendem a ser insuficientes e ineficientes.

As pol�ticas fiscais e de uso do solo em vigor n�o favorecem a instala��o de sistemas adequados de transporte urbano e tampouco h� um ambiente prop�cio � participa��o privada no sistema de transporte. Distintos grupos de interesse exercem press�o no sentido de evitar a atualiza��o e moderniza��o das normas de tr�nsito urbano.

  1. Recomenda��es

As estrat�gias mais promissoras de gest�o do meio ambiente urbano prev�em o fornecimento de incentivos financeiros e o envolvimento de comunidades, empresariado e governo no estabelecimento de consenso acerca de metas e a��es comuns. A legisla��o deveria ser revista para permitir a participa��o do setor privado no investimento urbano e promover, ademais, o financiamento conjunto de programas municipais por parte do governo nacional, do setor privado e das comunidades locais. Caberia promulgar leis fiscais que levassem em conta a participa��o local na receita p�blica. Acordos institucionais deveriam ser revistos a fim de refletir maior descentraliza��o. Os esfor�os no sentido de incluir na agenda de organiza��es internacionais e governos nacionais quest�es relacionadas com �reas urbanas deveriam ter prosseguimento.

A OEA deveria continuar respaldando os esfor�os da For�a Tarefa Interinstitucional de Apoio ao Acompanhamento da C�pula da Bol�via e de seus grupos de trabalho sobre cidades sustent�veis e processos de produ��o mais limpos cujo objetivo � a integra��o dos esfor�os das institui��es internacionais no equacionamento de problemas complexos do meio ambiente urbano. Um semin�rio interinstitucional sobre cidades sustent�veis, realizado em fevereiro de 1998, contribuiu para a defini��o de �reas priorit�rias de a��o.

Uma combina��o de medidas coercitivas e de incentivos deveria ser aplicada a fim de diminuir a polui��o ambiental. Caberia atribuir �nfase �s pol�ticas e a��es que beneficiam todas as partes envolvidas e animam os agentes poluidores potenciais a cumprir seus compromissos com a prote��o ambiental.

No tocante aos meios de transporte, as cidades deveriam envolver o setor privado na constru��o e opera��o dos sistemas de tr�nsito. Os problemas de habita��o para a popula��o de baixa renda e de regulariza��o da propriedade fundi�ria deveriam ser encarados frontalmente pelos pa�ses, com o direto e ativo envolvimento de institui��es financeiras.

  1. Recursos H�dricos e �reas Costeiras

A gest�o dos recursos h�dricos encontra-se no cerne do futuro econ�mico do Hemisf�rio. Tr�s das maiores bacias fluviais do mundo (Amazonas, Mississippi e Prata) drenam a maioria das terras americanas. Na Am�rica do Sul encontra-se o maior volume de �gua doce continental, correspondendo a que � gerada no Hemisf�rio a quase o dobro da que flui nos demais continentes considerados em conjunto. O interesse comum pelos problemas associados � gest�o dos vastos recursos do mar do Caribe d� oportunidade para um interc�mbio construtivo entre os Estados insulares e continentais. As a��es relacionadas com recursos h�dricos e �reas costeiras s�o incorporadas no Plano de A��o como iniciativas em mat�ria de �gua pot�vel (iniciativas 1 e 47), gest�o integrada de recursos h�dricos (iniciativas 48 a 54) e recursos costeiros e marinhos (iniciativas 55 a 58).

  1. �gua Pot�vel

Houve significativa mudan�a em rela��o �s tend�ncias do passado, com seus projetos tradicionais de esgoto, coleta e despejo de �guas residuais e manejo do lixo. Hoje, os projetos que envolvem recursos h�dricos disp�em a ado��o de m�todos globais de manejo de bacias fluviais, bem como esfor�os integrados e multiinstitucionais de prote��o ambiental. O Programa da �gua Salubre, no M�xico, e o Projeto da �gua Pot�vel, no Brasil, destinados a assegurar a disponibilidade de �gua pr�pria para o consumo humano, s�o bons exemplos destas novas estrat�gias. Os programas incluem prote��o das fontes de �gua, instala��o e recupera��o dos equipamentos, e monitora��o. No Caribe, Barbados, Belize, Jamaica e Trinidad e Tobago est�o envidando importantes esfor�os no que respeita ao controle da polui��o e a �reas costeiras. A seguir s�o apresentados alguns exemplos de atividades que est�o sendo implementadas no Hemisf�rio:

  1. Gest�o Integrada de Recursos H�dricos

Os pa�ses da Am�rica Latina e Caribe est�o adotando crit�rios integrados e integrais na gest�o de recursos h�dricos em bacias fluviais e �guas costeiras. As mudan�as introduzidas na estrutura jur�dica incorporaram novos conceitos como, por exemplo, o princ�pio de que a gest�o dos recursos h�dricos deve ser descentralizada, envolver a participa��o de governos, usu�rios e comunidades, bem como considerar a �gua como um ativo econ�mico. Estas tend�ncias favorecem o desenvolvimento de mercados de recursos h�dricos, incentivam a conserva��o da �gua e promovem a participa��o do setor privado. No Peru, cinco administra��es aut�nomas de bacias fluviais est�o sendo estabelecidas nas bacias hidrogr�ficas da costa do Pac�fico. No Brasil, o Sistema de Gest�o de Recursos H�dricos fomentar� a descentraliza��o de a��es governamentais mediante a cria��o de comiss�es de bacias fluviais e entidades especializadas em recursos h�dricos. � formula��o de pol�ticas e legisla��o em mat�ria de gest�o e conserva��o integrada de recursos h�dricos foi atribu�da prioridade na estrutura da Alian�a Centro-Americana para o Desenvolvimento Sustent�vel. Complementando a C�pula da Bol�via, v�rias atividades foram levadas a efeito em 1997 no �mbito da Rede Interamericana de Recursos H�dricos (RIRH). Estas compreenderam um semin�rio sobre gest�o de recursos h�dricos orientado para o Caribe, em que foi inclu�do o manejo de zonas costeiras, realizado em Port of Spain (Trinidad e Tobago); um workshop sobre gest�o integrada de recursos h�dricos na regi�o mesoamericana, na Cidade do Panam�, e uma reuni�o interamericana sobre recursos h�dricos, em Fortaleza, Brasil. Um workshop foi realizado no Panam�, em outubro de 1997, para avaliar o progresso na implementa��o das iniciativas 47 a 58 do Plano de A��o. Est� sendo planejada a realiza��o em Montevid�u, em 1998, de um foro regional sobre gest�o de recursos h�dricos no contexto do MERCOSUL. A RIRH, estabelecida em 1994, representa um esfor�o regional importante de uni�o de institui��es governamentais, n�o-governamentais e acad�micas, bem como organiza��es internacionais, com grupos de pesquisa, ind�strias e setor privado, na difus�o e interc�mbio de informa��es e experi�ncias relacionadas com recursos h�dricos.

Quanto �s quest�es relacionadas com recursos h�dricos transfronteiri�os, o Canad� e os Estados Unidos v�m de longa data cooperando nesta esfera. O servi�o de prote��o dos Grandes Lagos coligiu informa��o suficiente para justificar uma confer�ncia sobre a Rede de Informa��o dos Grandes Lagos, realizada em outubro de 1997. A coopera��o entre o M�xico e os Estados Unidos concentrou-se nos recursos h�dricos compartilhados e na qualidade da �gua de bacias hidrogr�ficas em zonas �ridas. A conserva��o e gest�o de �guas subterr�neas e de superf�cie est�o sendo discutidas binacionalmente no tocante a v�rios divisores de �gua ao longo da fronteira, como, por exemplo, a bacia fluvial do Alto San Pedro, o rio Santa Cruz e o rio Grande. Ademais, mediante acordos complementares sobre meio ambiente celebrados no �mbito do NAFTA, os Estados Unidos e o M�xico est�o trabalhando em conjunto na tramita��o do registro de um servi�o de tratamento de �guas servidas e no levantamento de fundos para sua execu��o. O Plano Integrado sobre Meio Ambiente Fronteiri�o, de 1992, est� ingressando numa segunda fase, destinada a reduzir os n�veis de polui��o ambiental e melhorar os entendimentos. Belize e M�xico est�o negociando um acordo para a monitora��o conjunta do rio Hondo. A Rep�blica Dominicana e o Haiti reativaram a comiss�o t�cnica conjunta encarregada do desenvolvimento da zona de fronteira, a qual envolve a bacia do rio Artibonite. A Col�mbia e a Venezuela est�o implementando atividades conjuntas ao longo de �reas de fronteira, principalmente no rio Orinoco. Iniciativas semelhantes est�o previstas para as bacias dos rios Catatumbo, Carraip�a-Paraguach�n, T�chira, Arauca e Meta. Na bacia do rio Amazonas, empreendimentos conjuntos nas �reas de fronteira est�o sendo executados com a assist�ncia da Secretaria-Geral da OEA. Neles se incluem o Plano para o Programa de Desenvolvimento Integrado das Comunidades Fronteiri�as de I�apari-Assis (Brasil-Peru), o Zoneamento Ambiental e o Planejamento do Uso da Terra da Vila Pacaraima-Santa Elena da �rea Fronteiri�a do Uair�m (Brasil-Venezuela), o Plano de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Rio Putumayo (Col�mbia-Equador) e o Plano de A��o Integrada Orientado para a Bacia do Rio Pilcomayo (Argentina, Bol�via e Paraguai). Outras atividades transfronteiri�as recentes levadas a efeito na Am�rica Latina compreendem o seguinte:

Valoriza��o Econ�mica da �gua. V�rios pa�ses, entre os quais a Argentina, o Brasil e o M�xico, adotaram o princ�pio de que "quem usa/polui paga", a fim de melhorar a distribui��o dos recursos h�dricos e a efetividade do controle da polui��o. Uma s�rie de projetos de abastecimento de �gua e saneamento, em execu��o na Am�rica Latina e Caribe, promove a conserva��o dos recursos h�dricos mediante a racionaliza��o das tarifas e a redu��o do fornecimento n�o justificado. O Peru est� implantando princ�pios econ�micos na distribui��o dos recursos h�dricos mediante um sistema de direitos de propriedade da �gua negoci�veis. Dois projetos em andamento, o Projeto de Gest�o dos Recursos de Solo e �gua e o Projeto de Controle da Gest�o dos Recursos H�dricos e da Polui��o Costeira, ajudar�o no estabelecimento de mercados de recursos h�dricos. O M�xico implementou um sistema de taxa��o de efluentes que leva em conta a qualidade da massa de �gua como um mecanismo de controle da polui��o. O sistema est� sendo testado na bacia do Lerma-Chapala.

  1. Recursos Costeiros e Marinhos
  1. Obst�culos

Problemas cr�nicos em mat�ria de qualidade e quantidade de �gua, sa�de p�blica, desastres naturais e degrada��o de ecossistemas persistir�o no futuro. A maioria pode ser minorada com o manejo integrado dos recursos h�dricos que inclua a integra��o de fontes de �gua e demandas, a coordena��o do planejamento dos recursos h�dricos, a descentraliza��o dos servi�os p�blicos, a participa��o de partes interessadas e a considera��o das necessidades dos ecossistemas aqu�ticos. Para cobrir os custos crescentes da opera��o e manuten��o das bacias hidrogr�ficas, o estabelecimento de um pre�o de mercado para a �gua � um mecanismo necess�rio, embora insuficiente, para assegurar a distribui��o eficiente da �gua e a melhoria dos servi�os de abastecimento.

H� necessidade de uma avalia��o das quest�es associadas aos recursos h�dricos transfronteiri�os nas Am�ricas, com a identifica��o dos principais desafios e oportunidades para melhorar a gest�o dos recursos compartilhados. Caberia fazer uso m�ximo dos mecanismos de gest�o, tais como os tratados internacionais, as administra��es de recursos h�dricos, as comiss�es ou outros meios institucionais. O primeiro est�gio dessa avalia��o poderia ser levado a cabo na Am�rica do Sul. Nesta regi�o, apenas tr�s bacias hidrogr�ficas internacionais (Prata, Amazonas e Orinoco) cobrem mais de 73% de toda a sua �rea. Os tratados de coopera��o amaz�nica e de desenvolvimento da bacia do rio da Prata congregam 11 dos 12 pa�ses sul-americanos e proporcionam uma adequada estrutura institucional.

Com rela��o aos recursos costeiros e marinhos, os pa�ses caribenhos identificaram estas quatro �reas de a��o decisivas: coordena��o institucional, diretrizes sobre recursos h�dricos, conscientiza��o e educa��o p�blica, e financiamento inovador.

  1. Recomenda��es

A gest�o integrada dos recursos h�dricos requer algumas diretrizes gerais de a��o. � necess�rio coordenar o planejamento dos recursos h�dricos e dos setores consumidores e integr�-lo com o planejamento do desenvolvimento nos n�veis regional, estadual e nacional. Outras metas s�o a coordena��o da gest�o dos recursos h�dricos com o manejo do meio ambiente e do uso do solo e a integra��o do manejo de bacias fluviais com o manejo de estu�rios e �reas costeiras.

A coordena��o entre estados e pa�ses deveria ser promovida com vistas � formula��o de estrat�gias e programas de a��o em mat�ria de recursos h�dricos, bem como � considera��o de sua harmoniza��o, onde apropriado, para implementa��o em �reas transfronteiri�as e mares regionais.

Uma avalia��o dos problemas relacionados com os recursos h�dricos transfronteiri�os nas Am�ricas se faz necess�ria. Para realiz�-la, cumpriria fazer uso m�ximo de mecanismos tais como a RIRH, que funciona sob os ausp�cios da OEA, e o rec�m-criado Programa Global de A��o Orientado para Fontes Terrestres de Polui��o Marinha, patrocinado pelo PNUMA. Conclu�da a primeira fase dessa avalia��o, caberia realizar uma s�rie de reuni�es internacionais com a finalidade de permutar conhecimentos e extrair li��es da experi�ncia vivida nas Am�ricas e em outras partes. A Secretaria-Geral da OEA poderia desempenhar um papel catalisador na implementa��o destas atividades, com a participa��o ativa de pa�ses interessados e outras institui��es internacionais.

No que respeita aos recursos costeiros e marinhos, as diretrizes da a��o deveriam incluir a identifica��o e o estabelecimento de unidades de coordena��o adequadas para promover a coopera��o nos n�veis regional e nacional. As metas fundamentais da colabora��o regional seriam o desenvolvimento de redes de interc�mbio profissional para tratar os v�rios componentes da gest�o dos recursos h�dricos, tais como o manejo de bacias hidrogr�ficas e o controle da polui��o, e para permutar informa��es via redes eletr�nicas.

No Caribe, h� necessidade de pol�ticas e estrat�gias de gest�o integrada dos recursos h�dricos para cada ilha, com fundamento no princ�pio de que as atividades de explora��o desses recursos devem ser autofinanci�veis e a gest�o da demanda � uma op��o de pol�tica efetiva em rela��o aos custos.

Cumpriria formular e implementar programas para o desenvolvimento adequado da consci�ncia p�blica no tocante aos recursos h�dricos e a elabora��o de estrat�gias educacionais nesta mat�ria. As a��es espec�ficas poderiam incluir projetos piloto de manejo de bacias hidrogr�ficas, estrat�gias para sensibilizar os formuladores de pol�tica e promover mudan�as nas atitudes e no comportamento do p�blico, e o desenvolvimento de curr�culos para o ensino de primeiro e segundo graus orientados especialmente para despertar o interesse dos escolares.

As recomenda��es formuladas a seguir parecem apropriadas em face da valoriza��o econ�mica da �gua: melhorar a efici�ncia da agricultura irrigada e dos sistemas de �gua pot�vel como uma preocupa��o priorit�ria, aprimorar a legisla��o e os sistemas normativos vigentes e desenvolver a capacidade institucional com vistas � melhor receptividade local � demanda.

Para aumentar o envolvimento das partes interessadas, cumpre planejar e implementar cursos, semin�rios, workshops e publica��es, a fim de lograr a participa��o ativa das numerosas comunidades que vivem nas bacias fluviais ou em determinados ecossistemas, tendo em vista aumentar sua consci�ncia dos interesses ambientais, evitar a quebra do equil�brio ecol�gico e promover a prote��o de seu habitat.

Caberia reconhecer a import�ncia da RIRH e fortalecer o seu papel como foro representativo dos recursos h�dricos nas Am�ricas.

Os esfor�os em mat�ria de informa��o p�blica de parte do Banco Mundial, do BID, da CAF e de outras institui��es internacionais deveriam ser orientados no sentido de levar ao conhecimento do p�blico em geral, no momento oportuno, os planos para os projetos, seu impacto social e ambiental, e seus custos.

Cumpriria criar sites na Internet das principais institui��es nacionais respons�veis pela gest�o dos recursos h�dricos, bem como de centros de informa��o, para a divulga��o eletr�nica de diretrizes, leis, pronunciamentos de impacto ambiental, planos, descri��es de projetos e outras informa��es �teis ao p�blico e � comunidade diretamente interessada nos recursos h�dricos.

  1. Energia e Minerais

O Hemisf�rio Ocidental � o maior consumidor mundial de energia, em virtude principalmente do alto consumo per capita nos Estados Unidos e no Canad�. De igual modo, as emiss�es de gases-estufa da regi�o s�o as mais elevadas do mundo. Estima-se que o n�vel de consumo de energia na Am�rica Latina e Caribe crescer�, nos pr�ximos 15 anos, a uma taxa entre as mais altas do mundo. A produ��o e manejo da energia ser�o os principais fatores condicionantes da capacidade da regi�o de atrair investimento e expandir a produ��o, tal como o foram no passado. Na �ltima d�cada, o setor el�trico de muitos pa�ses foi objeto de reforma institucional que resultou na mudan�a no sentido de maior participa��o do setor privado. No mesmo per�odo, a regi�o expandiu sua produ��o de recursos energ�ticos prim�rios, uma vez que continua sendo um fornecedor chave de combust�veis f�sseis ao mundo. Cinco iniciativas da C�pula foram direcionadas para a energia. Estas tratam os principais desafios que o setor defronta em toda a regi�o: o reconhecimento e apoio da Comiss�o de Orienta��o Energ�tica do Hemisf�rio, da C�pula das Am�ricas, com �nfase no incentivo � coopera��o em mat�ria de energia nos n�veis hemisf�rico, regional e transfronteiri�o (iniciativas 59 e 63); a promo��o de estruturas normativas e institucionais e iniciativas de interc�mbio tecnol�gico para facilitar os investimentos em projetos de energia limpa, tais como a efici�ncia energ�tica e a energia renov�vel (iniciativas 60 e 62), e o maior acesso a servi�os de energia de parte das �reas subatendidas, especialmente as comunidades rurais e ind�genas (iniciativa 61).

Os recursos minerais met�licos, n�o-met�licos e carbon�feros continuam a revestir grande import�ncia para a estabilidade econ�mica de v�rias na��es do Hemisf�rio. A minera��o � uma fonte de emprego e receita que contribui para aliviar a pobreza e promover o desenvolvimento regional. Ao mesmo tempo, gera problemas sociais e ambientais. A C�pula de Santa Cruz de la Sierra tratou estas quest�es (iniciativas 63-65).

  1. Coopera��o Regional e Transfronteiri�a em Mat�ria de Energia

Avan�os essenciais na promo��o da coopera��o regional e transfronteiri�a nesta �rea constaram do seguinte:

  1. Iniciativas Normativas, Institucionais e de Coopera��o Orientadas para Projetos de Energia Limpa

As a��es mencionadas a seguir foram empreendidas no contexto da reforma normativa e institucional e do interc�mbio tecnol�gico para facilitar os investimentos em projetos de energia limpa, tais como os de efici�ncia energ�tica e energia renov�vel:

  1. Eletrifica��o Rural

Os avan�os mencionados a seguir resultaram em maior acesso a servi�os de energia de parte de setores subatendidos, especialmente comunidades rurais e ind�genas:

  1. Minera��o

Alguns passos positivos foram dados no setor de minera��o:

  1. Obst�culos

A Am�rica Latina e o Caribe s�o aben�oados com abundantes recursos energ�ticos naturais. Petr�leo, g�s natural, reservas h�dricas, radia��o solar e outros recursos oferecem � regi�o enormes oportunidades para gerar eletricidade, dar for�a motriz a ve�culos e alimentar com combust�vel outros servi�os energ�ticos. A regi�o continua, por�m, enfrentando s�rios desafios em mat�ria de energia, tais como os cortes tempor�rios de eletricidade e os blecautes nas cidades, o fornecimento de servi�os de eletricidade inadequados � popula��o rural pobre e as graves preocupa��es ambientais. Arrostar estes e outros desafios mediante maior integra��o e coopera��o hemisf�rica, reforma pol�tica e normativa e uso ampliado de tecnologias de energia sustent�vel faz parte da sua solu��o, tal como exposto pela Reuni�o de C�pula. Tais medidas defrontam, entretanto, grandes obst�culos.

A integra��o e coopera��o em mat�ria de energia cresceu significativamente desde a C�pula das Am�ricas e a C�pula sobre Desenvolvimento Sustent�vel. Contudo, uma integra��o mais forte defronta o problema da disparidade que os pa�ses do Hemisf�rio apresentam no tocante a renda per capita e padr�es de vida. Quer isto dizer que a natureza do problema varia enormemente em rela��o a cada pa�s, assim como varia a contribui��o individual dos pa�ses para os problemas ambientais globais e locais. Al�m disso, persistem determinadas barreiras comerciais e padr�es de produ��o desiguais em rela��o a combust�veis e fornecimento de eletricidade que impedem a integra��o.

N�o obstante a tend�ncia constatada ao longo da �ltima d�cada de maior privatiza��o do setor energ�tico, as pol�ticas e normas setoriais continuam a variar substancialmente de um pa�s para outro. Em muitos casos, pa�ses vizinhos adotam crit�rios opostos neste setor: enquanto um continua a explorar o monop�lio p�blico da produ��o e fornecimento de energia, o outro privatizou inteiramente o setor e a concorr�ncia aberta � a regra. Dadas estas diferen�as em todos os n�veis de pol�tica e regula��o, a integra��o entre pa�ses que fazem fronteira e da regi�o como um todo torna-se extremamente dif�cil.

A utiliza��o de fontes energ�ticas limpas e eficientes � uma solu��o potencial para muitos problemas, tais como a degrada��o ambiental, a seguran�a energ�tica a longo prazo e a conten��o do �mpeto de urbaniza��o gra�as � melhoria das condi��es de vida da popula��o rural pobre. Maior uso de tecnologias de energia renov�vel, tecnologias limpas e melhoradas de combust�vel f�ssil e tecnologias e servi�os eficientes em termos de energia exige mudan�as nas pol�ticas e diretrizes de maneira que estas op��es se tornem mais atraentes na disputa com o fornecimento da energia convencional. Embora n�o sendo necessariamente muito dispendiosas, tais inova��es exigem um compromisso s�rio de parte dos altos escal�es de formuladores de pol�tica e defrontam forte oposi��o da ind�stria de energia convencional instalada.

A ind�stria de minera��o v�-se a bra�os com grandes limita��es para lograr o desenvolvimento sustent�vel. As diretrizes em mat�ria de minera��o que regem as reivindica��es de concess�o, a titula��o de dom�nio e os direitos de propriedade com as responsabilidades conexas variam muito de um pa�s para outro. Os sal�rios s�o baixos no setor mineiro e pessoal profissional � escasso. Poucas escolas oferecem programas de forma��o especializada na Am�rica Latina e Caribe. Ami�de o setor enfrenta longos processos judiciais, dado que dep�sitos minerais n�o tocados se encontram �s vezes em parques nacionais ou em terras agr�colas altamente produtivas, gerando conflitos de interesses.

Com freq��ncia, a minera��o em pequena escala � praticada em comunidades que sofrem s�rias dificuldades pelo fato de n�o se beneficiarem das economias de escala que lhes permitiriam competir com as grandes operadoras multinacionais.

  1. Recomenda��es

O aumento da integra��o energ�tica no Hemisf�rio e o fortalecimento da sustentabilidade do setor s�o os temas centrais dos cap�tulos sobre energia dos planos emanados da C�pula das Am�ricas e da C�pula sobre Desenvolvimento Sustent�vel. A coopera��o entre os atores no setor energ�tico do Hemisf�rio no sentido da realiza��o das metas da C�pula das Am�ricas deveria ser fortalecida por interm�dio da Comiss�o de Orienta��o Energ�tica do Hemisf�rio e sua Secretaria de Coordena��o e da OLADE.

Nos seus esfor�os em favor do desenvolvimento do setor energ�tico, os pa�ses do Hemisf�rio deveriam avaliar a ado��o potencial de tecnologias de energia sustent�vel e medidas de efici�ncia em termos de energia, ao mesmo tempo que controlariam seu impacto nas condi��es ambientais, sociais e econ�micas. Tal iniciativa poderia incluir revis�es de pol�tica, avalia��es do impacto ambiental local e global e treinamento nesta mat�ria, al�m de interc�mbio de informa��es, a fim de permitir maior uso destas alternativas. Organiza��es internacionais como a OLADE, a OEA, o Banco Mundial e o BID deveriam contribuir para o bom resultado deste processo.

A competi��o por capital de investimento para o setor energ�tico � agora global. Ter�o �xito na atra��o de investimentos as regi�es e os pa�ses dotados de condi��es de mercado mais transparentes, est�veis e eq�itativas. A OEA pode ajudar os pa�ses na reforma de diretrizes ao facilitar o di�logo entre a comunidade de investimentos, os formuladores de pol�tica e outros especialistas. A Organiza��o tamb�m pode trabalhar com os bancos multilaterais na orienta��o do financiamento para �reas onde as necessidades s�o mais prementes, bem como no est�mulo a que ap�iem projetos que aumentam a sustentabilidade deste setor.

A ind�stria de minera��o, os governos e o setor acad�mico deveriam contribuir para melhorar a legisla��o, os recursos humanos e a pesquisa de tecnologia inovadora, bem como estabelecer instrumentos de pol�tica que aliviassem os efeitos negativos de emana��es, efluentes, despejos s�lidos e uso da terra decorrentes dos processos de produ��o, transforma��o, transporte e emprego de metais e minerais, atentando especialmente para a acumula��o de res�duos, o escoamento de �cidos, o controle das �guas subterr�neas e a comercializa��o de subprodutos.

A OEA poderia cooperar com os governos na realiza��o de uma reuni�o para ajudar no delineamento de diretrizes e pol�ticas para a solu��o de conflitos. Os governos deveriam coordenar seus esfor�os no sentido de conceber e implementar uma s�rie de cursos de treinamento com o apoio de uma fonte adequada, como, por exemplo, a Corpora��o Andina de Fomento.